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“Um homem não morre quando deixa de existir e sim quando deixa de sonhar”.

sábado, 28 de maio de 2011

Ato une paraenses contra a impunidade



População dá um basta à corrupção em caminhada que hoje reunirá milhares

A manhã de hoje promete ser palco de um momento histórico da luta contra a impunidade no Estado do Pará. A partir das 8h30, são esperados milhares de manifestantes no entorno da seccional paraense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PA), na praça Barão do Rio Branco, no bairro da Campina, em Belém, para o início da "Caminhada contra a corrupção, pela vida, pela paz", organizada pela própria entidade com apoio das Organizações Romulo Maiorana (ORM), que tem como destino o prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), alvo de graves denúncias de irregularidades reveladas nos últimos meses envolvendo funcionários e parlamentares em desvios e fraudes que podem ter acarretado um prejuízo de até R$ 60 milhões aos cofres públicos.
Representações de todos os setores da sociedade participarão do ato, incluindo o presidente da OAB nacional, Ophir Cavalcante Jr., e presidentes das seccionais da Ordem de outros Estados. Ao final da manifestação, será lido aos participantes um requerimento, a ser entregue no Ministério Público do Estado (MPE), que pede ao Judiciário providências severas contra os responsáveis pelas falcatruas ocorridas dentro da Casa legislativa, principalmente, estima-se, durante os quatro anos em que presidiu o órgão o ex-deputado Domingos Juvenil (PMDB), de 2007 a 2010. Ontem à noite, a poucas horas da manifestação, o presidente da OAB/PA, Jarbas Vasconcelos, declarou estar comovido com a mobilização em torno do protesto.
"Eu nunca vi a sociedade tão unida em prol desse combate. Durante a divulgação da caminhada, andei por muitos lugares e onde fui as pessoas faziam questão de manifestar a revolta gerada pelas cenas patéticas vistas na televisão todos os dias, cenas lamentavelmente reais mostrando como simplesmente se apropriaram do nosso dinheiro", revelou. "Se tivéssemos dois ministérios públicos e fossem instaladas duas [Comissões Parlamentares de Inquérito) CPIs, ainda assim seria pouco para apurar o tamanho da fraude que tomou conta da Alepa", afirmou.
Para Vasconcelos, o ato de hoje é a prova cabal de que a sociedade quer respostas e, principalmente, punição para os responsáveis por essa onda de escândalos. "O povo se cansou de ver livre e solto quem tanto roubou e quer as investigações concluídas, quer os culpados atrás das grades. A OAB, no seu papel de instituição, endossa esse desejo e recebe uma energia muito grande vinda da população nesse sentido", reforçou Vasconcelos.
"A adesão à campanha contra a corrupção, em conjunto com a OAB, deve-se ao fato de o público estar ansioso por mudanças, por melhorias no Estado, no País e também querer de vez acabar com desmandos e atos que só fazem dilapidar o patrimônio público, corroer as finanças públicas e afetar a nossa população", analisa o presidente executivo das Organizações Romulo Maiorana (ORM), Romulo Maiorana Jr. "Estou orgulhoso do resultado do engajamento das ORM, em conjunto com a OAB, outras entidades e, em especial, com o povo do meu Estado, por quem tenho o maior respeito e de quem tenho recebido toda a solidariedade", destaca sobre o empenho do maior grupo de comunicação da região Norte e Nordeste em varrer da vida pública políticos comprovadamente corruptos.
A contribuição das ORM ao ato chegou também à internet com a criação do endereço eletrônico presidente.contracorrupcao@orm.com.br, criado para receber denúncias garantindo o total sigilo da identidade dos declarantes.
Trabalhadores - As centrais sindicais reuniram-se ontem pela manhã com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Pará (OAB-PA), Jarbas Vasconcelos, e com representantes da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), para discutir os rumos do movimento contra a corrupção no Estado. A proposta dos sindicalistas é estender por mais uma semana a coleta de assinaturas dos paraenses que repudiam os escândalos na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), que vai circular hoje, em Belém, durante a "Caminhada contra a corrupção, pela vida e pela paz". As entidades se comprometeram em participar massivamente da caminhada, convocando a classe trabalhadora. Após o convite feito pelo presidente da OAB-PA, as centrais se uniram contra a corrupção.
Segundo o supervisor técnico do Dieese-PA, Roberto Sena, a classe trabalhadora pretende ampliar o movimento. "Os sindicatos pretendem levar às feiras, praças e demais locais públicos a lista de assinaturas, para que mais pessoas possam aderir à mobilização", pontua. De acordo com Sena, todas as centrais devem participar do ato. "Precisamos de uma luta similar, não somente no Pará, como em todo o Brasil. A ideia de os sindicatos participarem foi unânime, e todos estão comprometidos com a causa", afirma.

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