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“Um homem não morre quando deixa de existir e sim quando deixa de sonhar”.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pressão por CPI se intensifica


Em meio a denúncias de gabinetes envolvidos em fraudes, Guerreiro assina requerimento para instaurar comissãoO esquema de corrupção que dominou o Palácio da Cabanagem - sede do Poder Legislativo Estadual - durante a gestão do ex-deputado Domingos Juvenil (PMDB) surpreende não só pela quantidade espantosa de recursos públicos que foram desviados, mas também pela dimensão que o escândalo tem tomado, com a revelação de novos fatos a cada dia. Em mais uma matéria nacional sobre o assunto - que já ganhou destaque até no "Jornal Nacional", da Rede Globo - a revista "Carta Capital" traz outra "bomba" que chamou a atenção de parlamentares e dos cidadãos paraenses, impressionados com a quantidade de irregularidades cometidas na Casa.

Na reportagem, o jornalista Leandro Fortes dá detalhes sobre as investigações que estão sendo feitas pelo Ministério Público e diz que, em seu depoimento, a ex-chefe de Pessoal da Casa Mônica Pinto listou gabinetes envolvidos no esquema. Segundo a ex-servidora da Casa, estariam participando do esquema 14 servidores de Junior Hage, 11 do gabinete de Robgol, dois de Adamor Aires e um de Gabriel Guerreiro. Durante a sessão ordinária de ontem, Guerreiro se defendeu das acusações, enquanto anunciava que assinaria o requerimento pedindo a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos. "Vim a essa tribuna para dizer aos meus pares e à sociedade do Pará que eu tenho absoluto controle da verba do meu gabinete. Todos os funcionários do meu gabinete recebem os seus salários na conta corrente deles", afirmou.
Em entrevista à imprensa, Guerreiro afirmou ainda que a verba de pessoal do gabinete dele é repassada integralmente para o pagamento de seus assessores. "Eu quero saber quem é esse (funcionário). Ela (Mônica Pinto) tem obrigação de dizer", enfatizou. Guerreiro disse que teve um indicativo de quem seria o servidor envolvido no esquema, mas preferiu não informar o nome por falta de provas. "Se algum funcionário meu participou disso foi por vias transversais, não pelo meu gabinete", garantiu.
De acordo com o presidente regional do PV, José Carlos Lima, o funcionário que Guerreiro suspeita que esteve envolvido no esquema foi afastado do gabinete do parlamentar há cerca de um ano, por ter "quebrado a confiança". Zé Carlos disse não saber, porém, se essa pessoa continua no quadro de pessoal do Poder Legislativo.
O líder do PT na Assembleia, Carlos Bordalo, disse que a "CPI é um instrumento essencial para jogar luzes na Assembleia, porque precisa estabelecer uma fronteira entre o que é legal e o que é clandestino". "Os deputados têm verba de R$ 47 mil para pagamento de pessoal. Isso é regulamentado. A outra coisa é ato secreto e há uma mistura entre as duas coisas. Os promotores não teriam como definir essa fronteira, porque não sabem como funciona. Mas um deputado tem conhecimento maior sobre o assunto. A CPI separaria o joio do trigo, conferiria um rumo mais consistente. Se um deputado precisar ser investigado a CPI tem garantia jurídica e política para fazer", acrescentou Bordalo.
Sobre as denúncias contidas na "Carta Capital", Bordalo acredita que é possível que servidores de gabinetes tenham participado do esquema sem o conhecimento dos deputados. Para ele, uma CPI pode contribuir para o esclarecimento desses fatos. "Eu não aceito o argumento usado (por quem não quer assinar o requerimento) de que tudo o que uma CPI pode fazer o Ministério Público e a Polícia já estão fazendo. Não é verdade. Porque o relatório da CPI irá conter recomendações para corrigir aquilo que está errado. O Poder Legislativo do Pará está sangrando pela incapacidade política de entender que o que está em jogo é a sua credibilidade", concluiu.

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