Diante da pressão popular, mais um deputado estadual assinou ontem o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá apurar as irregularidades na Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Durante a sessão realizada na manhã de ontem, Gabriel Guerreiro (PV) subiu à tribuna para informar aos seus colegas de parlamento que havia mudado de decisão e vai apoiar a proposta. Com isso, o requerimento elaborado por Edmilson Rodrigues (PSOL) conta com 11, das 14 assinaturas necessárias.
Em seu pronunciamento, Gabriel Guerreiro alegou que assinaria o requerimento pelo partido, o PV, que já havia se posicionado favorável à criação de uma Comissão. "Eu acredito em CPI, mas acho que investigação interna é complicada", declarou. Para ele, a comissão terá algumas limitações. "A composição de qualquer CPI é feita pela maioria e ninguém se livra do corporativismo e essa Casa é uma Casa política", declarou.
O presidente regional do PV, José Carlos Lima, esteve presente à Assembleia e falou sobre a decisão do colega de partido. Ele afirma que a CPI pode até não gerar grandes resultados além do que está sendo produzido pelo Ministério Público, mas será uma resposta à sociedade, que exige posicionamento concreto por parte dos deputados. "O que a sociedade está fazendo é separar: aqueles que assinam a CPI são os que ela (sociedade) pode confiar. A sociedade vive da simbologia e o símbolo agora é essa CPI", defende Lima.
A assinatura de Guerreiro aquece novamente a corrida em busca do apoio dos deputados ao requerimento que cria a CPI. O autor da proposta, Edmilson Rodrigues, não escondia a satisfação com o apoio de Guerreiro e a confiança de que novas assinaturas devem vir nos próximos dias. "Como era um esquema criminoso, acaba atingindo pessoas de bem, de modo que é importante essa investigação da CPI servir como um complemento da investigação do Ministério Público. Eu estou mais convencido de que ela pode sair. Não dá para jogar na lata de lixo o Poder Legislativo desse Estado", declarou.
Edmilson espera ainda a resposta de Hilton Aguiar (PSC), que, apesar de se declarar favorável à CPI, alega que precisa ouvir o partido antes de tomar qualquer decisão. Ontem, o PR também deu sinais de que pode engrossar a lista de assinaturas. Segundo Celso Sabino, os quatro deputados do partido devem ter novas reuniões esta semana para chegar a um consenso em torno do assunto. "Somos a favor das investigações. Estamos confiantes que as pessoas que possam ter participação do caso serão punidas. Eu acredito que da forma que o caso está sendo conduzido pelo MP, há de se chegar aos autores do crime. Se nós apoiarmos, será mais no sentido de acompanhar a apuração do MP do que concluir", disse Celso.
Segundo Sabino, o que os deputados do PR têm avaliado é que não há qualquer tipo de omissão durante as investigações que estão sendo feitas pelos promotores. "O caso está sendo apurado por pessoas extremamente competentes. Nós queremos não só que os culpados sejam punidos, mas tomar providências para que no futuro isso não volte a acontecer", diz o parlamentar. Além de Celso Sabino, o PR conta ainda com os deputados estaduais Eliel Faustino, Luzineide e Raimundo Santos. Se eles assinarem o requerimento, Edmilson Rodrigues conseguirá ultrapassar o número necessário de assinaturas para instauração da CPI.
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