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“Um homem não morre quando deixa de existir e sim quando deixa de sonhar”.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Caso Alepa: Hage e Charone ficam caladas em depoimento

A ex-servidora da comissão de licitação da Assembleia Legislativa do Pará, Daura Hage e a ex-chefe da Casa Civil da presidência do Poder Legislativo, Semel Charone Palmeira, se negaram a responder as perguntas do promotor de justiça dos Direitos Constitucionais, Arnaldo Azevedo, em depoimento no Ministério Público do Pará, na manhã desta sexta-feira (27). As duas alegaram que só falarão em juízo, mas o promotor afirma que não tem mais dúvida do envolvimento delas nas fraudes em licitações e contratações de funcionários fantasmas na Assembléia Legislativa do Pará, durante a gestão do ex-deputado Domingos Juvenil, entre os anos de 2007 a 2010.


As duas estiveram na sede do Ministério Público durante a manhã e saíram sem conversar com a imprensa. Ao final da oitiva o promotor de justiça Arnaldo Azevedo, revelou novos rumos nas investigações. Azevedo não tem mais dúvidas do envolvimento de Daura Hage nas fraudes nas licitações. 'As provas, sendo contra cheques e documentos de licitações e a contratação de parentes dela, comprovam o envolvimento na fraude', disse.


O promotor explicou como funcionava a fraude na Alepa. Segundo ele, no contracheque Daura recebia a quantia aproximada de R$ 1.500,00, sendo que extratos do Banpará dela e de parentes contratador por ela, comprovaram que essa quantia podia variar até R$ 50 mil, por mês, reforçando as fraudes.




Já Semel Charone, segundo as investigações do MP, também contratou familiares como funcionários fantasmas. De acordo com o que foi levantado pelo Ministério Público ela contratou o marido, Amauri Martins Pinheiro; A avó, Maria da Silva e sua empregada doméstica, Nilza de Oliveira.


Outra dúvida que não existe mais para a promotoria é a participação de Semel em fraudes em licitações na Alepa. 'Descobrimos, através de apreensão de folhas de pagamento e documentos, que ela constituiu três firmas para ganhar licitações fraudulentas na Casa. Uma delas era a speed car, que alugava carros para os deputados e outra, a construmix, que fornecia material de construção para reparos no prédio', explica o promotor. As apreensões desse material foram feitas no dia 19 de maio, na casa de Charone.


O advogado das duas ex-servidoras, Américo Leal, contestou as fraudes. 'Vamos encaminhar esse material que foi apreendido para uma nova perícia para ratificar a autenticidade dele', afirmou. Mas para o promotor Arnaldo Azevedo não restam dúvidas. 'Estou convicto que as duas estão envolvidas e que toda a documentação é original', afirmou.




Licença- Durante a oitiva o advogado Américo Leal solicitou à Polícia o afastamento das duas clientes. Semel pediu uma licença para se afastar da cidade por seis meses para tratamento médico em Manaus e Daura, para fazer uma viagem por um período de 15 a 30 dias. Os pedidos devem ser analisados e encaminhados primeiramente à Polícia Federal e, posteriormente à Justiça.

Ainda hoje é esperada a presença de outra suspeita de envolvimento na fraude, Milene Rodrigues, assessora do ex-deputado Robgol. Mas o defensor público que a acompanha pediu ao promotor mais tempo para estudar o caso, que assumiu esta semana. O promotor ainda não informou se o depoimento dela, que estava marcado para a tarde de hoje, será transferido.

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