.

.
“Um homem não morre quando deixa de existir e sim quando deixa de sonhar”.

domingo, 22 de maio de 2011

Aumenta pressão para Palocci se explicar


permanecer em silêncio alimenta suspeitas de irregularidades

o ministro prestou serviços a doador de campanha de Dilma

O governo da presidente Dilma Rousseff deseja continuar a apoiar o silêncio do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, mas ficou bem maior a pressão para que ele forneça mais dados sobre seus negócios nos últimos 4 anos.

A Folha de hoje (20.maio.2011) mostra que a empresa Projeto, de Palocci, faturou R$ 20 milhões no ano passado, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República.

Além dessa reveladora reportagem da jornalista Catia Seabra, a Folha também noticia que uma empreiteira com negócios públicos, a WTorre, contratou a empresa de Palocci. Texto de Rubens Valente, Andreza Matais e José Ernesto Credencio informa que essa empreiteira “também fez doações de campanha a Palocci (R$ 119 mil), em 2006, e a Dilma Rousseff (R$ 2 milhões), no ano passado”.

Há outro aspecto obscuro na relação Palocci-WTorre. Em nota oficial, a construtora “confirma ter contratado a Projeto para prestar consultoria num assunto corporativo, a respeito do qual a empresa se reserva o direito de não comentar”.

Tudo considerado:


  • Palocci faturou R$ 20 milhões em 2010 dando consultoria para empresas;
  • 2010 era ano eleitoral e (pelo menos) um cliente de Palocci doou dinheiro para Dilma Rousseff;
  • a WTorre, cliente de Palocci e doadora da campanha de Dilma, tem negócios com o governo;
  • em fevereiro de 2010, a WTorre vendeu o complexo WTorre Nações Unidas, em São Paulo, para a Previ –fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil;
  • a WTorre também tem negócios com os fundos de pensão Petros, dos funcionários da Petrobras, e Funcef, da Caixa Econômica Federal.

Não existe uma lei no Brasil que impeça um deputado federal (como era Palocci de 2007 a 2010) de ter uma empresa de consultoria. Mas esse tipo de trabalho fica sob suspeição se os clientes do deputado têm negócios diretos com o governo. Pior ainda se o deputado está ao mesmo tempo arrecadando dinheiro desses mesmos clientes para a próxima presidente da República. E mais polêmico de tudo: se esse deputado se torna o ministro mais poderoso do governo logo depois de todas essas operações.

É um erro e uma injustiça julgar alguém sem ter conhecimento completo de um fato. Eis aí a razão para Palocci apresentar mais dados. Se permanecer em silêncio, as suspeitas sobre eventuais irregularidades só vão aumentar.

Um comentário:

  1. Espero que ele seja inocente, mas se provado ao contrario (especialmente porque do contrario vai nodoar o querido PT) deverá ser punido. E estranho pensar que de certa forma esses políticos são um tanto quanto ingênuos, pois nada fica as escuras por muito tempo, em especial pessoas que estão sempre evidencias, com muitas outras querendo derrubá-los, e por uma ganância cega deixa brechas para futuros rachaduras em suas vidas no que tange o econômico e social.

    ResponderExcluir