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“Um homem não morre quando deixa de existir e sim quando deixa de sonhar”.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal recebe denúncias de pedofilia no Pará

Mais de 30 denúncias envolvendo pessoas influentes na sociedade serão apuradas pela Comissão de Direitos Humanos, da Câmara Federal, que chega ao Pará nesta quinta-feira, 5, para investigar novos casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes no Estado. O evento foi solicitado pelo deputado federal, Arnaldo Jordy (PPS-Pa), vice-presidente da comissão e ex-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do legislativo paraense que apurou casos de pedofilia no Estado. "A situação no Pará com relação a esse problema é muito grave", afirma o deputado que desde que assumiu o parlamento federal, há três meses, já recebeu mais de 30 novas denúncias de abuso sexual contra menores no Pará. "Vamos ouvir os casos mais emblemáticos para que sejam urgentemente apurados", explica Jordy, ressaltando que alguns dos casos envolvem pessoas com influência na sociedade.
Para a audiência, em Belém, estão sendo convidados representantes do Ministério Público, Tribunal de Justiça, Governo do Estado, Assembléia Legislativa, Ordem dos Advogados do Brasil, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e órgãos e entidades ligados à defesa da criança e do adolescente. O evento será na Assembléia Legislativa do Pará, a partir das 14 horas.
Situação grave - No período de 2005 a 2009, o estado do Pará registrou mais de 100 mil casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes, casos esses que foram identificados por meio de investigações realizadas pela CPI aberta pela Assembléia Legislativa do Estado, no final de 2009.
Ao final dos trabalhos, em fevereiro de 2010, a CPI mostrou uma realidade dramática no Estado. No ranking nacional, o Pará era o campeão desse tipo de crime em que até bebês tinham sido alvo de pedófilos. Em 2008, por exemplo, a capital Belém registrou cerca de 950 casos de crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Desses, 62 casos foram contra crianças entre zero e dois anos, com 30 delas tendo que passar por cirurgia de recomposição dos órgãos genitais. Entre as crianças entre dois e cinco anos que sofreram abuso, foram registrados 144 casos no mesmo período. O mais grave dessa situação é que 81% dos casos ocorreram dentro da família, praticados pelo pai ou outros parentes.
A CPI também confirmou a existência de uma rede de tráficos de adolescentes no Estado e de disseminação de material pornográfico, tendo crianças e adolescentes como protagonistas na maioria das vezes. Um dos casos que chamaram atenção no relatório da CPI da Pedofilia foi o de uma menina de 10 anos que teve que manter relações sexuais com oito homens para receber de cada um deles R$ 10,00. "A CPI teve como principal mérito trazer à tona e ao debate da sociedade um tema que estava escondido nas profundezas do subterrâneo", disse o parlamentar, pedindo que sociedade continue a denunciar a fim de que culpados por esses crimes sejam punidos.

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