Estudantes protestam hoje com roupa de fantasma contra a corrupção na Alepa

A porta da Assembleia Legislativa do Pará será palco de uma nova manifestação popular, hoje, a partir das 10 horas da manhã. Estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade do Estado do Pará (Uepa) prometem um protesto irreverente em repúdio às fraudes que assolam a Casa. Eles se vestirão de fantasmas para lembrar os funcionários que receberam salário sem trabalhar e também distribuirão pizzas, demonstrando que não aceitarão a impunidade de quem desviou recurso público na Casa.

Os acadêmicos também vão cobrar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. A onda de atos públicos demonstra que a improbidade administrativa na Alepa se consolida como uma crise de credibilidade do Legislativo perante a opinião pública. A corrupção, que corria entre as paredes do Legislativo, ganhou a reação do povo nas ruas.

O coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPA, Rafael Saldanha, um dos organizadores do protesto, critica os parlamentares que ainda não assinaram o pedido de CPI feito pelo deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL).

"Se eles não querem assinar o pedido é porque têm medo. Tudo indica que existe ainda muito mais sujeira. Por isso, é preciso investigar e instalar uma CPI imediatamente e não vamos aceitar que tudo isso acabe em pizza. Se for preciso, vamos colocar no poste as fotos dos deputados que não querem assinar o pedido de CPI", afirma o líder estudantil. Apenas 10 dos 41 deputados da Casa assinaram: o autor, a bancada do PT (deputados Carlos Bordalo, Airton Faleiro, Bernadete ten Caten, Valdir Ganzer, Edilson Moura, Chico da Pesca, José Maria e Milton Zimmer) e o deputado João Salame (PPS). Faltam quatro assinaturas para a comissão ser viabilizada.

Investigação do Ministério Público do Estado apura os crimes de desvios mensais entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão somente na folha de pagamento da Alepa, durante a gestão do ex-presidente Domingos Juvenil (PMDB), que ocorreu entre os anos de 2007 e 2010. Os estudantes da Uepa aproveitarão o protesto para cobrar mais verbas para a instituição, que possam garantir, inclusive, a realização de concurso público para novos professores efetivos.