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“Um homem não morre quando deixa de existir e sim quando deixa de sonhar”.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Caso Alepa: Domingos Juvenil nega todas as acusações

O ex-presidente da Assembleia Legislativa do Pará, Domingos Juvenil, depôs durante a manhã desta segunda-feira (6), no Ministério Público Estadual (MPE), onde prestou esclarecimentos sobre as fraudes na Casa Legislativa durante sua gestão. Domingos Juvenil respondeu mais 50 questionamentos feitos pelo promotor Arnaldo Azevedo sobre as fraudes nas folhas de pagamento da Alepa. Após o depoimento, o ex-deputado saiu pelo estacionamento do MPE sem falar com a imprensa.


O advogado de Domingos Juvenil, Valério Saavedra, negou que o cliente sabia das fraudes. 'Juvenil respondeu todos os questionamentos do promotor e negou participação nas fraudes, ele não sabia do esquema. É importante ressaltar que ele não é acusado de nada. Apenas estava prestando esclarecimentos para a investigação', disse. O advogado não quis dizer quais perguntas Juvenil teria respondido ao promotor.





Saavedra também negou que o filho do cliente, Osório Juvenil, teria ligações com a empresa 'Ideal Turismo'. 'Não estamos sabendo disso, Juvenil não têm ligação alguma com essa empresa, nem o filho dele, posso garantir', revelou.  O advogado de Juvenil também adiantou  que vai pedir os documentos recolhidos durantes os mandados de busca e apreensão para analisá-los posteriormente. 'Vou pedir ao MPE essa documentação para investigar todo o conteúdo. Para isso vamos criar uma junta técnica de investigação. Caso meu cliente seja indiciado, a partir dai, vamos montar a defesa', explicou.


Em coletiva à imprensa, o promotor de direitos constitucionais, Arnaldo Azevedo, disse que o depoimento de Juvenil foi importante para as investigações.'O Juvenil disse desconhecer o que ocorria com a folha de pagamento, pois era o 'setor de pessoal' que cuidava disso, então era de responsabilidade de outro setor, foi o que ele me afirmou', justificou.

O promotor ressaltou que dará continuidade as investigações, mas que ainda é cedo para revelar toda a grandiosidade da fraude. 'O momento é de esclarecer os questionamentos porque cada pessoa praticava um tipo de fraude. Ora era um, ora era outro funcionário. Temos que descobrir quem se beneficiava com esses esquemas', disse.

Arnaldo Azevedo confirmou que, por enquanto, somente três ex-funcionários da Alepa serão indiciados: Mônica Pinto (ex-chede da divisão de pessoal da Alepa) , Daura Hage (ex-integrante da Comissão de Licitação da Alepa) e Semel Charone (ex-chefe da Casa Civil da presidência).

Sobre os questionamentos entre Domingos Juvenil e a empresa 'Ideal Turismo', o promotor disse que o episódio não era tema de investigação, mas que o caso também poderá ser apurado futuramente. Ainda de acordo com o promotor, no depoimento de Mônica Pinto, não fica claro o nome de Juvenil nas fraudes. 'Não está explicito o  nome de ninguém, nem do Juvenil, então não podemos afirmar a participação dele no esquema. Como eu disse, temos que investigar todas as possibilidades e isso não se faz de uma hora para outra', concluiu.





Investigações - Relatos de outros envolvidos do escândalo complicam ainda mais a vida do ex-deputado. Mônica Pinto, por exemplo, considerada testemunha chave, afirma que obedecia ordens do peemedebista ao incluir funcionários fantasmas da folha de pagamento da Alepa, incluir gratificações ou majorar salários através de atos secretos. As primeiras estimativas mostram que o esquema sangrava cerca de R$ 1 milhão por mês dos cofres da Assembleia.


Também foram identificadas, durante a gestão do peemedebista, irregularidades na contratação de estagiários, em contratos para a aquisição de materiais de construção e realização de serviços, excesso de obras no prédio da Alepa e pagamento de salário ao piloto do avião do ex-deputado Jader Barbalho.

Fraudes - Segundo o Ministério Público, durante a gestão de Domingos Juvenil (de 2007 a 2010), os cofres públicos do Estado tiveram um rombo que variava entre R$ 800 e R$ 1 milhão por mês. Doze pessoas, entre servidores e deputados, estão sendo investigados pela Justiça.

Desde o início de março, após a realização dos mandados de prisão na casa de ex-deputados da Alepa e do início das investigações, já foram ouvidos políticos, servidores e funcionários 'fantasmas'.

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