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“Um homem não morre quando deixa de existir e sim quando deixa de sonhar”.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Tinha muito fantasmas na ALEPA


Até o final das investigações sobre as irregularidades na folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), ainda sem prazo para acabar, o Ministério Público do Estado (MPE) deve chegar a um número ainda maior de fantasmas ou laranjas. Inicialmente se falou em 300 funcionários irregulares, mas esse número pode ultrapassar 500, caso se confirme que a fraude já vinha sendo praticada em períodos anteriores a 2007.
O MPE tem informações que remetem a 1994, mas por causa do volume de documentos a serem analisados, vem priorizando o período que vai de 2007 aos primeiros meses de 2011. 'Com base nos contracheques apreendidos, estamos comparando com a folha de pagamento para saber quando esses laranjas aparecem, analisando dados de 2007 para cá. Por isso, não temos como saber, nesse momento, se tem irregularidades anteriores a esse período', explicou o promotor de Justiça Nelson Medrado.
O principal indício de que as fraudes poderiam ocorrer há mais tempo é a semelhança de outros cadastros com aqueles que, comprovadamente, são de funcionários fantasmas. Uma das características comuns aos servidores enxertados na folha de pagamento da Alepa é que a maioria aparece com o mesmo endereço: rua do Aveiro, número 130. Detalhe: esse é o endereço da sede do Poder Legislativo, em Belém.
Os fantasmas e laranjas também não têm número de matricula no cadastro funcional da Casa. 'É provável que só quem tinha conhecimento da fraude tivesse essas informações. Isso impediria, por exemplo, que fossem enviadas correspondências para essas pessoas (laranjas)'. Esses dois indícios de irregularidade aparecem também em períodos anteriores a 2007 e devem ser investigados pelos promotores. Por enquanto, duas equipes do MPE tentam localizar, nas ruas, servidores suspeitos de serem fantasmas. 'Estamos tendo dificuldade para encontrar porque alguns nunca moraram em Belém', comentou.
O andamento das investigações depende ainda de informações que devem ser repassadas nos próximos dias pelo Banco do Estado do Pará (Banpará), onde é feito o pagamento dos servidores da Alepa. 'Temos a informação de que o banco já tem os extratos e todos os documentos solicitados, mas só vai entregar em juízo'. A quebra de sigilo bancário da AL e dos envolvidos nas fraudes foi pedida pelo próprio MPE, que investiga também a possibilidade de envolvimento de funcionários do banco no esquema.

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